Alguém plantou essa árvore em mim. Espécie teimosa. De galhos
seguros e tronco robusto. De madeira frágil, mas difícil de derrubar.
Um pé de força. No qual florescem
coragem, esperança e fé. Um pé onde eu, essa criança ainda assustada, me penduro
sempre que pressinto a queda. Onde me agarro para esperar que passe o vendaval.
Para esperar que a tempestade se dissolva ao primeiro raiar do sol.
Uma árvore que é minha salvação. E
minha maldição. Uma árvore que terá sempre raízes para me manter de pé. E
galhos para me segurar. Mesmo agora que meu corpo, já cansado de lutar, queira
apenas desmoronar e, derrotado, fazer do chão seu lugar.
___João Célio