Um dia desses, papo descontraído, uma colega de trabalho contou uma
história que eu achei bem bonita, meu coração garimpeiro atento para descobrir
preciosidades entre as outras coisas recolhidas na mina de cada instante.
Estava na casa do irmão, quando a sobrinha, criança na época, demonstrou
tristeza no momento em que a tia comentou que havia chegado a hora de ir
embora.
“Você vai me deixar sozinha?”
“Não, querida, você não vai ficar sozinha, vai ficar com a sua mãe e com
o seu pai…”
A menina, numa dessas sábias tiradas amorosas que criança diz sem
cerimônia, e adulto, por mais que sinta tão sinceramente, tantas vezes fica
encabulado pra dizer, mandou esta:
“Eu sei, mas eu vou ficar sozinha de você!”