"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quarta-feira, 22 de maio de 2013


Que possam se doer em paz os que sofrem: por angústias existenciais, desamor ou qualquer coisa que pareça banal. 
Que possam, simplesmente, silenciar e não sorrir naquele dia. 
Que possam entrar em contato profundo com o trecho machucado de sua vida, com a garganta magoada pelo choro engolido, com a vontade da desistência. 
E que, a partir disto, possam qualquer coisa, inclusive decidir o que fazer com isso: pode ser que tanto, pode ser que nada. 
Mas, sobretudo, que percebam a não obrigação de cumprir o imperativo milenar do “reaja, melhore esta cara, vamos viver!”, pois a vida é esta poça de lama também. 
Então, que sejam respeitados em sua dor os que sofrem e que não sejam importunados senão por um abraço, ou talvez nem isso. Respeitem seus cansaços. Não cobrem luz da sombra. 
Que possam se doer em paz enquanto seres sentimentais: ao menos não fizeram uso de anestésicos emocionais.