Sempre que eu penso em algo que gostaria de
mudar em mim, lembro do poema da Clarice Lispector que fala sobre o perigo de
cortar os próprios defeitos, pois não sabemos qual deles é que sustenta nosso
edifício inteiro.
Quando olho por esse lado, vejo que realmente a única forma de não sofrer um abalo profundo é buscando o equilíbrio. Coisa que as qualidades já não precisam mais “almejar”.
Acho mesmo que os defeitos são os responsáveis pela nossa estrutura. Por
garantir que nenhum tremor nos permita cair. Exceto o tal “cair em si”, mas
este sim é o único tombo totalmente necessário.