Sexo é tudo para o homem, na primeira colocação do ranking, seguido de
futebol e carro. O quarto e o quinto lugares ainda estão vagos.
Sexo não é tudo para a mulher, situado no quinto lugar da lista, depois
de casamento, amor, romance e paixão.
Sexo é envolvimento para o homem. É capaz de morar com uma mulher que
faz sexo maravilhoso. Ele se apaixona pelo corpo para se apaixonar pela alma.
Não desgrudará daquela que transa na primeira noite, as demais madrugadas são
para confirmar que a estreia não foi uma alucinação. Admira quem é liberta de
preconceitos, safada, exigente de posições fora do convencional. A
possibilidade de experimentar uma vida extraordinária na cama arrebata sua
confiança. O macho partilha de três fantasias: converter uma lésbica, tirar uma
prostituta da profissão e casar com uma ninfomaníaca.
Para a mulher, envolvimento depende de forte retranca: segurar a
primeira noite. Pode ter sexo na primeira manhã ou na primeira tarde. Mas
primeira noite, não. Não pode aparentar facilidade, senão ele dispensará o
esforço da conquista e não lhe dará valor.
Sua metodologia é retardar o grande momento até que ele se renda ao
compromisso sério. Três dias de encontros sem nada é o ideal. Caso completar
uma semana, é matrimônio na certa. Talvez até o candidato ficar alucinado de
tesão a ponto de não diferenciar o que é real do que é imaginário. Existe um
momento em que o parceiro, embriagado pelo próprio desejo, diz sim para
qualquer pergunta. A fêmea acalenta três sonhos eróticos: que ele não ronque,
não durma no sofá e não palite os dentes. Caso a trinca de modos aconteça, ela
abrirá mão da fantasia com o dentista, o psiquiatra e o pediatra do filho.
O homem nunca reclama do casamento ao transar sete vezes por semana.
Chia diante de uma média menor. A mulher reclama do marido se ele pensa em sexo
o tempo todo.
O homem é o único mamífero que conta há quantos dias está sem transar.
Pode perguntar agora ao seu parceiro: não duvido que não mencione as horas e os
minutos. Ficar sem sexo é como uma prisão perpétua masculina. Uma contagem de
confinamento. Logo depois que ele trepa, inicia de novo seu cronômetro. É um
Sísifo dos travesseiros.
Mulher apenas contabiliza os dias de abstinência quando completa três
meses. O trimestre é um sinal preocupante, a ameaça de encalhe. Falta de sexo é
como gestação para a ala feminina, surge com uma pequena barriga.
Para o homem, o amor é prêmio de bom sexo.
Para a mulher, o sexo é brinde de amor verdadeiro.
Os dois estão sempre certos.