"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



sábado, 30 de agosto de 2014

o começo do fim


Daqui a pouco o ano vai dobrar em uma esquina que eu gosto. Mais para a frente virá uma rua comprida, arborizada, cheia de flores e folhas de um verde vivo. Um colorido sem fim misturado com os mais variados cheiros e sons de pássaros cantarolando, borboletas e abelhas passeando livres. 

Ali na outra rua já está o mês que eu morro de carinho e amor: setembro
Sei que ele vai chegar apressado, me aquecendo, brindando comigo, fazendo festa, avisando que estou mais madura, inteira, precisa. Também vai trazer na mala um megafone, avisando que o fim do ano se aproxima e traz consigo todas as crises existenciais possíveis. No meio delas a pergunta que nunca dorme ou tira férias: será que fiz o que precisava ser feito? 

Logo à frente, no outro quarteirão, já está outubro.
Por enquanto pode parecer loucura eu já tocar no nome dele, mas nesta época tudo passa num piscar de olhos.
Outubro corre mais que maratonista e logo cede o lugar ao querido novembro. O mês das programações, telefonemas, planejamentos, compromissos e decisões. 

Ele mal chega e já sai de mansinho, dando espaço ao grande astro do ano: dezembro. O último mês do ano, aquele que muitos amam e tantos outros detestam. O mês do encontro, da reaproximação, dos votos de felicidade e paz, do esquecimento e do perdão, da amizade e da confraternização, da solidariedade e da caridade, da vontade de estar junto e de distribuir os mais gostosos abraços. O mês de reavaliar a vida, os planos, os passos. O mês de relembrar o que fez feliz e o que fez chorar. O mês de deixar para lá o que não mais importa e trazer para perto o que sempre faz e fez bem. O mês de se emocionar, se deixar levar e ter a coragem necessária para iniciar uma nova jornada. O mês de resolver como será o ano seguinte. O mês em que todos nós temos pelo menos um pouco de esperança em um futuro que, botamos fé, será mais bonito.