"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



terça-feira, 22 de abril de 2014


A mão que embala o berço é a mesma varre a casa, faz o almoço. Lava a louça, vai à manicure, faz carinho no cão, digita desenfreadamente as tarefas do chefe chato, carregam o lanche noturno, enfia na cara do malandro esfregador do ônibus lotado, levanta para dizer não as impunidades, bate palmas para a justiça, dá banho nos filhos, coloca as roupas na máquina. Dá adeus. Dá tapinhas. Diz como vai. Fecha as portas. Abre as cortinas. Molha o jardim. Faz o cheque. Paga as contas. 
E nem pensa em comandar o mundo por pura falta de tempo e excesso de trabalho. 

Essa mão só tinha um desejo: encontrar outra mão tola, carinhosa e que oferecesse calor, ou na melhor das hipóteses, um anel de brilhante. 
...
e encontrou!