João, sentado à frente de Mariana, pegou sua mão um pouco
trêmula e, através da luz fraca que a vela entre eles produzia, olhou bem fundo
nos seus olhos miúdos, embargados de timidez e lhe disse:
“Mariana, eu jogaria tudo para
o alto por você. Desde que te conheci, não consigo te tirar do meu pensamento.
Fico imaginando como será nossa vida no futuro e a perspectiva do resto da
eternidade do seu lado me dá o fôlego de que preciso para viver. Mariana, eu
não sei como pude viver esses anos todos sem você, sem o seu cheiro, sem o teu
gosto, sem os teus olhos. Cada segundo perto de você é um segundo melhor,
porque é um tempo mais bonito e mais sublime… às vezes me faltam palavras,
Mariana… e você, que me diz sobre nós?”
“Puta merda!” Mariana gritou antes de jogar o despertador longe e perceber que estava
atrasada para o trabalho.