Quero contar para vocês a estória que mais tenho contado - não aconteceu nunca, acontece sempre.
Um homem muito rico, ao morrer, deixou suas terras para os seus filhos. Todos eles receberam terras férteis e belas, com a exceção do mais novo, para quem sobrou um charco inútil para a agricultura.
Seus amigos se entristeceram com isso e o visitaram, lamentando a injustiça que lhe havia sido feita. Mas ele só lhes disse uma coisa: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá.”
No ano seguinte, uma seca
terrível se abateu sobre o país, e as terras dos seus irmãos foram devastadas:
as fontes secaram, os pastos ficaram esturricados, o gado morreu. Mas o charco
do irmão mais novo se transformou num oásis fértil e belo.
Ele ficou rico e
comprou um lindo cavalo branco por um preço altíssimo.
Seus amigos organizaram uma festa porque coisa tão maravilhosa lhe tinha acontecido. Mas dele só ouviram uma coisa: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá.”
Seus amigos organizaram uma festa porque coisa tão maravilhosa lhe tinha acontecido. Mas dele só ouviram uma coisa: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá.”
No dia seguinte
seu cavalo de raça fugiu e foi grande a tristeza.
Seus amigos vieram e lamentaram o acontecido. Mas o que o homem lhes disse foi: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá.”
Seus amigos vieram e lamentaram o acontecido. Mas o que o homem lhes disse foi: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá.”
Passados sete dias o cavalo voltou trazendo consigo dez
lindos cavalos selvagens.
Vieram os amigos para celebrar esta nova riqueza, mas o que ouviram foram as palavras de sempre: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá.”
Vieram os amigos para celebrar esta nova riqueza, mas o que ouviram foram as palavras de sempre: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá.”
No dia seguinte o seu filho, sem juízo, montou um cavalo selvagem. O
cavalo corcoveou e o lançou longe. O moço quebrou uma perna.
Voltaram os amigos para lamentar a desgraça. “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”, o pai repetiu.
Voltaram os amigos para lamentar a desgraça. “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”, o pai repetiu.
Passados poucos dias vieram os soldados do rei para levar os jovens
para a guerra. Todos os moços tiveram de partir, menos o seu filho de perna
quebrada.
Os amigos se alegraram e vieram festejar. O pai viu tudo e só disse uma coisa: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá...”
Os amigos se alegraram e vieram festejar. O pai viu tudo e só disse uma coisa: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá...”
Assim termina a estória, sem um
fim, com reticências...
Ela poderá ser continuada, indefinidamente. E ao contá-la é como se contasse a estória de minha vida.
Tanto os meus fracassos quanto as minhas vitórias duraram pouco.
Não há nenhuma vitória profissional ou amorosa que garanta que a vida finalmente se arranjou e nenhuma derrota que seja uma condenação final.
As vitórias se desfazem como castelos de areia atingidos pelas ondas, e as derrotas se transformam em momentos que prenunciam um começo novo.
Enquanto a morte não nos tocar, pois só ela é definitiva, a sabedoria nos diz que vivemos sempre à mercê do imprevisível dos acidentes.
“Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá.”
Ela poderá ser continuada, indefinidamente. E ao contá-la é como se contasse a estória de minha vida.
Tanto os meus fracassos quanto as minhas vitórias duraram pouco.
Não há nenhuma vitória profissional ou amorosa que garanta que a vida finalmente se arranjou e nenhuma derrota que seja uma condenação final.
As vitórias se desfazem como castelos de areia atingidos pelas ondas, e as derrotas se transformam em momentos que prenunciam um começo novo.
Enquanto a morte não nos tocar, pois só ela é definitiva, a sabedoria nos diz que vivemos sempre à mercê do imprevisível dos acidentes.
“Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá.”