"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quarta-feira, 15 de janeiro de 2014


Eu gosto pra caralho de dinheiro. Fala sério, quem não gosta? Gosto, especialmente, do meu. De trabalhar duro pra gastá-lo do jeito que eu quiser. Porque foda-se, é meu.
O capitalismo é selvagem mas eu não fujo não. Eu gosto de viagens e de roupas  novas, e eu gosto, especialmente, de poder dizer isso sem me sentir menos mulher – porque o dinheiro compra muita coisa boa, embora as melhores, verdadeiramente, sejam de graça.
Mas, na ingênua – ou nem tanto –  opinião desta que vos fala, dinheiro não tem nada a ver com conquista. Tô falando da conquista de verdade, aquela que te deixa com o coração acelerado e olhos e ouvidos vidrados no telefone, mesmo que só por uns dias.
Eu sinto uma piedade cruel – não sei se isso existe, mas eu sinto – desses homens que arrotam por aí: “Que nada, mulher gosta é de dinheiro”. Quando ouço esse discurso tão pobre e clichê, tenho certeza que se trata de um coitado punheteiro, querendo se justificar porque não encontra ninguém de verdade. Ou porque vive rodeado de mulheres interesseiras nas noites de sábado, mas passa os domingos de frio sozinho se questionando porque ninguém se interessa pelas suas qualidades. “Eu tenho dinheiro, o que é que tem de errado?”
Homens adeptos dessa teoria são, geralmente, pobres de qualidades. Ou até as tem, mas acabam por suprimi-las, por falta de autoconfiança ou por acreditar de verdade que é o dinheiro que importa. Mulher gosta de dinheiro, meus caros. Até a sua santa mãezinha gosta, mas isso, definitivamente, não é suficiente para ter uma mulher de verdade ao seu lado. Porque mulheres de verdade ganham o próprio dinheiro e esperam um homem que tenha algo mais a oferecer do que a droga de um carro do ano e uma carteira recheada – um homem que possa oferecer o que nós não podemos conquistar sozinhas, o que só a paixão e a emoção de verdadeiros encontros podem proporcionar: frio na barriga e brilho nos olhos.
Portanto, em vez de sair por aí arrotando que a sua carteira é capaz de resolver todos os seus problemas, preocupe-se em ser alguém com quem uma mulher de verdade queira estar. Alguém com um papo bacana e um sexo mais bacana ainda, alguém que mostre menos e seja mais. Um homem que não se subestima e não subestima a mulher que tem ao lado.
Porque carteiras cheias e mentes vazias nós reconhecemos de longe – e, pode acreditar, não nos interessa.
_______Nathalí Macedo