"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



sexta-feira, 29 de novembro de 2013


Indagada, na entrevista, sobre aprendizados do tempo do casulo, a borboleta silenciou, movimentou as asas delicadamente, olhou para a margarida que acabara de abraçar, e sorriu. 
Contemplativa, revisitou na memória a atmosfera de alguns sentimentos que a pergunta lhe fez acessar. Findo o passeio, respondeu à repórter:

- Houve um momento em que o aperto foi tão extremo e aflitivo que eu imaginei não conseguir suportar. Eu nem sabia que, exatamente naquele ponto, a natureza tecia asas para mim, em silêncio, mas foi lá que senti que eu era feita também para voar. 
O aperto, entendi somente depois, era uma espécie de morte, um prenúncio da transformação, uma ponte que me levaria a outro modo de ser.