"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



segunda-feira, 1 de julho de 2013

agradeço-te por aturar-me por mais um ano


“O amor tem vários símbolos. Alguns descartáveis, outros indeléveis.”


Alguns chamam de destino, outros, de acaso, alguns, de deuses. Não importa a nomenclatura: aconteceu. Duas almas vagavam a esmo, entre becos sombrios e barrancos mal vistos, se arrastavam à espera do que parecia irreal.

Quando a lua esbanja sua beleza entre estrelas pequeninas, o amor sai de suas tocas e afaga os corações. Até os toques esquecidos, que para muitos havia se tornado quimera, podem ser reacendidos quando o festejar celestial sai de sua toca. Não poderia ser diferente...

Os taciturnos e cambaleantes peitos renderam-se à possibilidade do acaso e entregaram-se as perspectivas de um sonhado momento. Uma troca de palavras – ou seria de poesias? – e alguns risos abafados, perguntas colocadas de forma equivocada – por falta de tato, talvez – mas belas, e o sol nasce mesmo à noite.

As pérolas quase escorregam de um par de olhos, os diamantes quase se precipitam dos outros. Decidem. O tempo é o melhor amigo de almas antes tão taciturnas. O infindável pode esperar. Pode? Não.

O infindável clama incessantemente. Não há como resistir: ele suga tudo. Mas seguraram-se às bordas dos precipícios. Queriam subir, mas queriam se jogar. Indecisão. O infindável decidiu. Subiram para as alturas.

Mais algumas palavras, o riso se materializou. Os céus eram escuros, mas dentro dos corações a lua e as estrelas desfilavam em suas roupas mais charmosas, mostrando toda a sua plenitude.

Os anões, mas com egos de gigantes, se levantaram e foram para a batalha. O escurecido céu era o reflexo de seus corações. Queriam destruir a lua para que não emanasse tamanha felicidade. Vieram ferozes, com suas flechas, espadas e dragões. O infindável é escudo e fortaleza. Encobre todos aqueles que têm o desabrochar da rosa dentro do seu peito.

E investiram. Milhares, milhões, dignos de epopeias, mas cambalearam e exauriram ante o simples encanto de dois robustos peitos que palpitavam como se fossem apenas um.

Para aqueles que se entregam ao encanto mais profundo, a eternidade é apenas mais um passo. Propuseram caminhar. Um passo é muito pouco perante a junção de âmago. Colheram as estrelas e marcaram nos seus anulares o primeiro dos passos. Fecharam o precipício. Houve festa nas regiões celestiais.

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Quando a felicidade excede os limites da razão, ela petrifica e escorre pelo olhar, feito rubis. Com o bater desses rubis no papel, agradeço-te por aturar-me por mais um ano.

(Indelével - Marcos de Sousa)


Mais um ano marcando a nossa história!!!

A você que é meu amado,
meu amante,
meu amigo
e companheiro,
deixo o meu beijo,
o meu amor, 
o meu respeito,
a minha admiração
e o meu agradecimento por “aturar-me por mais um ano”