"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



segunda-feira, 24 de dezembro de 2012


Durante o dia, eu torço para as horas passarem logo e o expediente acabar de uma vez.
Durante a semana, de segunda até quinta eu torço desesperadamente para a sexta chegar.
Só aos sábados, domingos e feriados é ao contrário -- eu torço para o tempo passar devagar, bem devagar, e tento aproveitar cada minuto.

Depois de passar a maior parte do ano torcendo para o tempo passar logo, é estranho chegar no Natal reclamando que o tempo está passando rápido.
Ele está atendendo as minhas preces e, ainda assim, reclamo.
Mas é só impressão minha, ou o tempo realmente está passando mais rápido que deveria?

Esse prefácio é para contar que este foi o primeiro ano em que não consegui montar a árvore de natal.
O problema não é a árvore, entendem?
O problema é que há poucos anos eu queria montar a árvore no fim de outubro, assim que o Natal dobrava a esquina e acenava -- muito, muito antes dele chegar na minha frente.
E já é a tarde do dia 24 de dezembro e eu não montei a árvore de Natal.

Gustavo e eu fomos até um shopping, compramos alguns presentes e, na saída, passamos em um quiosque de plantas para comprar um pinheirinho.
O nosso primeiro pinheirinho de verdade.
Ao entrarmos no táxi para voltarmos para casa, o motorista perguntou:
- Vocês vão me desculpar, mas não é tarde demais para montar árvore, não?
- Não, moço. Antes tarde do que nunca.

O meu desejo para vocês é que neste Natal o tempo passe devagar, bem devagar.
E que em 2013 ele continue em ritmo lento, para dar bastante tempo de vocês aproveitarem cada minuto.

(Marcele Fernandes)