quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Hoje de manhã, "do nada", comecei a rir das besteiras que as pessoas postam nas redes sociais em relação ao fim do mundo.
Quem tem uma página no Facebook, Twitter, sabe do que estou falando.
Fazem tanta piada sobre o fim do mundo que imaginei: e se fosse verdade? Se amanhã (ou no dia 21/12/12) não estivéssemos mais aqui?
Aí me veio à mente o filme "O amor pode dar certo", a cena em que a personagem principal, que está com uma doença grave e em fase terminal, está conversando com o namorado dela e diz a ele que tem pensado nas últimas vezes! Pensado na última vez que usou um lápis, afagou um cachorro, a última vez que tocou piano. E completa mais ou menos assim: foram tantas coisas que eu fiz pela última vez, mas nem estava prestando a devida atenção.
Aí que eu comecei a pensar nas coisas que gosto de fazer, nas pessoas que queria ter sempre por perto. E pensei no mundo acabando mesmo no dia 21/12/12 e nas coisas que eu gostaria de fazer pela última ou primeira vez.
Morder a tampa de uma caneta enquanto estudo, pisar na grama com os pés descalços, ter um encontro com o mar. Cantar enquanto viajo com a minha família, pintar as unhas, comer um pote enorme de sorvete, mandar cartas para todos que amo, passar uma noite acordada conversando com pessoas queridas, fazer amizades falando sobre o tempo, me declarar, abraçar por mais de um minuto, voar de asa-delta, ir a uma festa e dançar, dançar, dançar... até os pés pedirem para parar!
Participar de um luau, tocar violoncelo, provar todos os sabores de Mentos, me apaixonar e ser correspondida, fazer cócegas, sentir cócegas, chorar porque algo muito bom me ocorreu, sentir o vento batendo no meu rosto. Rever meus filmes preferidos. Receber um presente inesperado de uma pessoa que eu não vejo há muito tempo. Conhecer pessoalmente alguns amigos da alma. Ir, pelo menos, a três shows de bandas / cantores que eu goste muito. Viajar, pelo menos, para dois lugares que eu sempre quis conhecer, comer pudim, tomar um banho de rio. Um banho de chuveiro. Compartilhar segredos. Saber que posso confiar. Saber que confiam em mim. Descansar minha alma ao lado de alguém.
São tantas as coisas que gostaria de fazer.
O fim do mundo se anuncia a todo momento, a cada vez que respiramos.
A gente nunca sabe quando será o fim do nosso mundo. E é por isso que faço força para me manter com a consciência tranquila e para ter as pessoas que amo por perto. É por isso que temos que pensar, mesmo que vez ou outra, nos nossos sonhos e fazer esforços para realizá-los. É por isso que tudo que a gente quer reviver ou viver deve ser enfrentado na vida real. Ser tirado do texto, da composição bonitinha.
Guerreiros que somos, arrisco dizer que todo dia é uma batalha ganha, todos os dias devemos agradecer por ter vencido o fim do mundo!
Manter-se vivo, feliz, confiante e cheio de garra dá um trabalho danado. É a nossa batalha diária.
Somos heróis e heroínas à procura de paz, serenidade, do embalo necessário para manter a vida sempre alerta. Somos guerreiros em busca de sorrisos, abraços e um bônus que garanta a sobrevivência de amanhã.
Todos os dias reconstruímos o que restou.
Se você está lendo este texto, é para você que eu digo: mais uma batalha foi ganha. Você foi um dos sobreviventes
Quando pensei em escrever algo sobre o fim do mundo, mandei um sms para uma amiga informando a ela minha ideia para o texto, ao que ela respondeu: "O mundo não vai acabar antes que eu te abrace". E me fez sorrir. Porque saber que sou querida e lembrada é um dos maiores bônus que recebo diariamente.
É coisa muito boa... É lindo saber que em algum lugar do mundo alguém pensa no abraço antes de cogitar o fim.
E de gente assim, a minha vida está cheia, graças a Deus.
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Noemyr Gonçalves