"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



segunda-feira, 12 de novembro de 2012


Ela era uma menina quase azul. De poses delicadas, gestos calmos, quase que meditados. Seus olhos carregavam a doçura das poesias que ela costumava ler de dia.
Suas mãos espalhavam sementes de esperança e pedacinhos de amor.

À noite, como de costume, costurava uma estrela no céu dos seus pensamentos para espantar as nuvens que tentavam se achegar e escurecer o que ia dentro.

Com palavras bonitas ela fazia um rosário e dividia com quem ela queria bem.
E se esquecia dos traumas, das quedas, da falta de voo no momento exato.

Ela carregava no bolso pó de sim. Brincava de tingir sentimentos. Bordava finais felizes em cima de histórias que ainda não terminaram. Dormia e acordava rodeada de estrelas. E anjos da guarda, que a guiavam pelo caminho bonito e todo enfeitado de Deus.

A menina, com suas mãos de fada e alma de aquarela, vivia num faz de conta que não era faz de conta coisíssima nenhuma.
Era tudo verdade e mais um pouco.
Porque ela acreditava que o mundo que ela sonhava morava do lado de dentro, bastava fechar os olhos e ativar o botão da vontade.

Ela, a menina quase azul, artista principal no palco da Dona Vida.
E sim, ela é bonita, é bonita e é bonita.