"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



terça-feira, 24 de abril de 2012

Pérolas a porcos


Você sabe como se forma uma pérola?
Sempre que entra algum corpo estranho na ostra ela se defende desse “invasor” cobrindo-o com diversas camadas de nácar. Essa substância reveste o corpo estranho de maneira concêntrica, formando a pérola.
Acontece que nem sempre essa formação calcária resulta redondinha e geralmente esse processo é bastante demorado. É por isso que as pérolas são tão valiosas.

Pois! Passamos a vida a produzir as nossas pérolas.
Com muito afinco e esforço, vamos, lentamente, transformando aquilo que era um incômodo grão de areia em uma rotunda e brilhante pérola!
Com o passar do tempo, completamos uma coleção delas.
Aí, dessas bolinhas, fazemos o que bem nos aprouver.
E é aí onde mora o perigo!

Mesmo que produzamos um belo colar, um reluzente anel ou um lustroso par de brincos, convivemos com o risco de presentear nossos bens a um porco.
Aí ficamos nós de cá sem nada e o leitão desfilando por aí com nossas preciosidades suspensas pelo pescoço!
O que fazer nesses casos?
Prender a respiração e reaver o que é nosso à força ou respirar fundo e começar do zero – mais complicado, mas certamente mais honroso.
Não me entenda mal!

Nossas pérolas podem – e devem – ser compartilhadas, mas apenas com aqueles que amamos, aqueles que nos fazem felizes e que as merecem.
Se o argumento sentimental não lhe toca o coração, pense no assunto como uma questão de administração de recursos.
Deve-se analisar a relação custo/benefício da transação “perolística” antes de colocar as joias da família no prego ou no focinho do leitão.

Quem em sã consciência aplicaria tanto num investimento que não confere retorno algum?
Há que se pesar.
Em sendo o saldo positivo, muito que bem, mas no caso de detecção de atividade suína, alto lá.
Seja feliz sem medo, mas não atire pérolas a porcos.