"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



terça-feira, 15 de novembro de 2011


“Quando nasce um amor novo, é difícil resistir à tentação de alimentá-lo só com a presença.
Mas é preciso deixar o amor respirar.
Se você colocar uma flor bem bonita dentro de uma redoma, com medo que o vento e o tempo levem sua beleza, manterá por muito pouco tempo o que dela é bonito.

O que eu aprendi sobre o amor, filho, é que ele é feito de faltas e presenças.
E que nenhuma das duas pode faltar.
Aprendi que o amor é feito de liberdade.
É como ter, todos os dias, muitas outras opções.
E ainda assim fazer a mesma livre escolha.
Dessas pequenas vitórias se faz a alegria de amar e ser amado.
Descobrir no olhar do outro que você foi escolhido de novo.
E de novo, mais uma vez.
Também aprendi que o amor interrompido em seu auge permanece bonito para sempre.
O que pode ser muito doído ou pode ser um presente.
Depende de como a gente quer guardar.
Depende de como a gente quer seguir.
O amor é feito de falta, filho.
Mas aí mora um perigo: adorar mais a falta que o próprio amor.
Posso cometer esse erro diante de quem amo ou diante da própria falta.
E aí quem passa a faltar sou eu mesma.
O amor é feito de falta, mas não sobrevive sem a presença.
O amor é feito de hoje.
(...)
O que aprendi sobre o amor é que ele deve estar sempre distraído.
Mas quando falta o objeto do amor é o contrário: melhor não se distrair nunca.
O que aprendi sobre o amor - e isso aprendi sobre o amor a mim mesma - é que ele exige de mim, todos os dias, um esforço.
Um exercício diário do qual não posso abrir mão.
É como estar num mar profundo, sem barco ou bóia.
Não posso simplesmente boiar.
Posso relaxar um pouco, mas logo retomo o nado.
Não posso boiar, não posso, não posso.
A onda pode me levar.”