"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quarta-feira, 30 de novembro de 2011

da perseverança


Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes, quando a recolho,
descubro que ela retorna vazia.
Não há como não me entristecer e não há como desistir.
Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam, por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena.
O coração marejado, arrumo, como posso, os meus sentimentos.
Passo a limpo os meus sonhos.
Ajeito, da melhor forma que sei, a força que me move.
Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.

Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias,
sou corajosa o bastante para não me acostumar com essa ideia.
Se gente não fosse feita pra ser feliz,
Deus não teria caprichado tanto nos detalhes.
Perseverança não é somente acreditar na própria rede.
Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas.

Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar.
E eu estarei lá na beira da praia de novo. "