"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



segunda-feira, 27 de setembro de 2010


Eu te amo, homem
hoje como toda vida quis e não sabia...

Divago.
Quando o que quero é só dizer te amo.

Eu te amo, homem
amo o teu coração, o que é, a carne de que é feito, amo sua matéria, fauna e flora, seu poder de perecer, as aparas de tuas unhas perdidas nas casas que habitamos, os fios de tua barba.

Esmero.
Pego tua mão, me afasto, viajo pra ter saudade, me calo,
falo em latim pra requintar meu gosto.

Aprendo.
Te aprendo, homem.
O que a memória ama fica eterno.
Te amo com a memória, imperecível.

(...)

Eu te amo, homem
exatamente como amo o que acontece quando escuto oboé.
Meu coração vai desdobrando os panos, se alargando aquecido, dando a volta ao mundo,
estalando os dedos pra pessoa e bicho...

Assim, te amo do modo mais natural, vero-romântico, homem meu, particular homem universal.

Como grande senhora vou te amar,
o delicioso amor: com água tépida, toalha seca e sabonete cheiroso, me abaixo e lavo teus pés,
o dorso e a planta deles eu beijo.